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Economia e Vivências

Economia e Vivências

07
Ago17

Ecos dos tempos de crise à nossa maneira

celbanze

Então os 18 Mercedes topo de gama começaram a ser adquiridos no ano passado? E porquê não foi interrompida a sua aquisição para dar prioridade aos inúmeros projectos dos sectores sociais que foram interrompidos? (vide os cortes que foram feitos na nota do CIP: http://www.cipmoz.org/…/REO_2016_PUBLICACAO_FINAL.pdf_Maio_…)

Fazendo uma conta rápida 4,4 milhões de meticais que foi mais ou menos o custo unitário defendido pelo Dr. Rogério Nkomo, multiplicado por 18 são aproximadamente 79,2 milhões de MT, no entanto o custo total divulgado nos orgãos de comunicação social é de cerca de 228 milhões de Meticais; e na Conta Geral do Estado 2016 o custo para aquisição de viaturas para AR foi de cerca de 352 milhões de Meticais, com esta disparidade de contas, especula-se aqui que ou foram compradas pelo menos mais outro tipo de viaturas ou as mesmas viaturas vem com certas especifidades acrescidas que as encareceu ao ponto do seu custo unitário ter crescido para cerca de 19,5 milhões de Meticais (cerca de 320 mil dólares por viatura).

Portanto as contas da “insignificância” do montante gasto em viaturas para a AR, em nome dos direitos soberanos dos deputados só tem tendência crescente em detrimento da queda das despesas nos sectores sociais que se verificou em igual período.

De acordo com o Relatório de Execução Orçamental de Janeiro a Dezembro de 2016, o orçamento inicial para o sector de trabalho e emprego (um dos sectores sociais que sofreu cortes) foi de 810 milhões de MT, com a revisão do orçamento do mesmo ano (no âmbito da política de austeridade) esse montante foi revisto para 606 milhões de MT, a posterior actualizado para 748 milhões de MT e no final das contas o valor realizado foi de 642 milhões de MT. Ora vejamos, a diferença de 810 milhões de MT e 642 milhões de MT é nada mais nada menos que 168 milhões de MT, cujos 352 milhões de MT representam cerca de 109% deste corte.

Um outro exemplo não menos importante, a totalidade do orçamento para o combate ao HIV/SIDA no orçamento revisto foi de 119 milhões de MT e o realizado foi de 96 milhões de MT, a diferença é de 23 milhões de MT (cerca de 6.5% do valor gasto em Viaturas da AR).

No orçamento aprovado para 2017, especificamente para os Programas de Protecção Social no valor de 2.580,0 milhões de MT, destinados aos seguintes programas: 
i) Subsidio Social Básico estimado em 1.716,0 milhões de MT; ii) Apoio Social Directo no montante de 692,2 milhões de MT; iii) Serviços Sociais de Acção Social orçado em 89.8 milhões de MT; e iv) Acção Social Produtiva no montante de 82,0 milhões de MT. Os 352 milhões de MT gastos em Viaturas à AR podiam financiar estes dois programas em mais de 100% respectivamente.

Assim sendo, desculpem me pela ignorância, em que momento para o orçamento de Moçambique o montante gasto em Viaturas à AR é irrelevante?

Celeste Banze

07
Ago17

A arte de vencer à provocações

celbanze

Joana sempre foi vulnerável a acções e reacções externas, sempre se viu perturbada até com coisas que não deviam lhe perturbar. As indirectas, que provavelmente não eram direccionadas a ela, afectavam lhe deixando lhe perturbada por dias ou até meses cada vez que se lembrasse delas!

 

Varias vezes passou noites em claro chorando por sentir-se subestimada, envergonhada e triste com certos comentários maldosos e críticas negativas.

 

Enfim, ela foi crescendo e tendo de se adaptar cada vez mais ao facto de que nem todos iriam lhe ver com bons olhos e que o mundo competitivo traria lhe muitos dissabores.

 

A necessidade permanente de se defender e ter as respostas certas para as pessoas certas na hora certa deixavam-na cada vez mais apreensiva pois na maioria das vez sofria bloqueios psicológicos cada vez que se sentia diminuida e encolhia-se fazendo a pessoa negativa sentir-se vitoriosa.

 

Depois de várias tentativa falhadas, apercebeu-se que não conseguiria ser o tipo de pessoa que rebate com toda consistência e rapidez discursos ofensivos a busca da auto-defesa, e decidiu adotar certos comportamentos que para ela surtiram o efeito desejado.

 

Primeiro, rezar, rezar é dos remedios mais eficientes para toda e qualquer insegurança ou mesmo provocações. Tenha fé, confie na força divina ou até mesmo na força positiva do seu pensamento. Não se distraia com pensamentos negativos. Um pouco antes de se expressar reze, tenha pensamentos positivos e logo depois de receber uma ofensa ou algo que lhe desagrade, reze também ou concentre-se nas coisas positivas que lhe constroem...

 

Segundo, há entendimento de que pessoas com níveis elevados de sensibilidade à coisas negativas tem um grave problema de auto-estima. Antes de mais nada, ame-se, mas ame-se muito. Ame primeiro a sí, segundo a sí e terceiro a sí mesma.

 

Terceiro, esforce-se o suficiente para ter segurança no que diz e faz. Joana por estar envolvida num mundo competitivo cuja “casca de banana” está sempre lá para derrubá-la faz um esforço mais do que triplicado de estar a par de tudo que tem a ver com o seu meio envolvente e isso ajuda bastante.

 

Quarto, aprenda inclusive a dizer não, se realmente não souber. Aprenda também a negar situações que possam lhe criar constrangimento. Ainda que pareça auto-declaração de incapacidade, mais vale calar e se afastar do que fazer papel de ridículo em situações que poderia evitar com um simples NÃO.

 

Quinto, ignore o que não lhe constrói. A arte de ignorar, tem sido muito difícil principalmente para pessoas emocionalmente debilitadas, mas ignore e procure sempre ver o lado bom em tudo.

 

Sexto, sorria...sim, sorria a provocações, em vez de muitas vezes responder com outra ofensa, cale-se e sorria, sorria aos maus tratos, sorria pra toda e qualquer pessoa. Ainda que lhe pareça dificil, mas sorria, não existe pior humilhação para quem vem com intenções de lhe estragar o dia, ver o quão bonito é o seu sorriso.

 

Autor: Celeste Elsa da C. A Banze

 

07
Ago17

Todo mundo deveria ter um Zahir

celbanze

O Zahir na escrita de Paulo Coelho, é a sua esposa Esther. Este livro representa uma dedicatória de amor incondicional que o autor demonstra ter pela sua amada e que já não é comum se ver nos dias de hoje. Segundo a tradição islâmica, o Zahir é algo ou alguém que acaba por dominar completamente o pensamento, sem que se possa esquecê-lo em momento algum.

Nesta obra o autor retrata a vida de um escritor que se vê abandonado pela sua esposa sem perceber as razões que estariam por detrás de tal comportamento. Ainda que por algum momento desconfiasse ele tinha a necessidade insensante de voltar a ter pelo menos mais um encontro com Esther para ter as respostas das enúmeras questões que lhe passaram pela cabeça.

Durante a busca insensante por seu Zahir, o autor passou por enumeras experiências, algumas boas, outras más. Teve que recorrer a áquele que achava ser o seu rival para que com a ajuda dele pudesse ter a oportunidade de rever a sua amada transmitindo para o leitor o real sentido de humildade perante certas adversidades que geralmente não se concretizam sem o auxílo de outrém.

Nesta longa viagem, ele começou a perceber certos sinais que a esposa transmitia que ele simplesmente não percebia ou ignorava propositadamente por acha-los irrelevantes e desnecessários. Na verdade este é o dilema vivido pelos “elos” mais fracos dos relacionamentos, onde muitas vezes são engolidos pelos projectos, desejos e sonhos do “dominante” da relação acabam se transformando em tristes acompanhantes que escolheram amar a pessoa “errada”.

No fundo, tudo o que essas pessoas precisam é de ser ouvidas e estimuladas a correr certos riscos sem peso na consciência uma vez que teriam o suporte necessário vindo do seu parceiro ou parceira. Paulo Coelho quis demonstrar na sua obra de forma clara a dor que se sente ao perder um grande amor por puro egocentrismo e egoísmo caracteristico nos seres humanos dominates levando-os a reflectir sobre as consequências desastrosas que os seus actos podem levar.

No final ele reencontra a amada esposa, pórem grávida mas ainda apaixonada por ele e mesmo assim a aceita de volta sem condenações ou até mesmo acusações injuriosas. Esta com certeza foi mesmo a cereja em cima do bolo, pois contra tudo e todos ele a perdoou ciente de quem realmente merecia perdão era ele e não ela.

Mais uma vez o autor transmite um ensinamento nobre, o não julgamento. Muitas pessoas perdem tempo julgando as outras sem no mínimo olhar para os próprios erros. Muitos cometem erros repetitivos mas não tem falta de vergonha na cara de dizer que se o parceiro cometesse o mesmo erro nunca o iriam perdoar. Para além da lição do julgamento ele aqui transmite que o mundo é dinâmico e não é expectável perder alguém e esperar que a mesma volte tal e qual como foi.

É nesta linda e apaixonante história que Paulo Coelho transmite aos seus leitores a importância de se ter um Zahir porque só ele pode levar o ser humano a exercitar a humildade, o não julgamento, a compaixão, a importância da reciprocidade, o amor incondicional e acima de tudo o perdão.

 

Autor: Celeste E. da C. Alexandre Banze

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